Amor vai um pouquinho mais pra lá - Porque dormir junto requer equilibrio

Tem dor nas costas, no ombro, pescoço... Cãimbra no braço e nas pernas. E mãos formigando que digam amém. É meu bem, nem a mais espaçosa King Size do universo dos colchões vai te livrar destes sintomas. A não ser que você aceite a condição de dormir de Valete todas as noites, só observando de rabo-de-olho a sua doce companhia.



Dormir junto é uma arte. Da qual no começo você estranha e acorda de cinco em cinco minutos, por motivos cientificamente ainda não comprovados. E verdade seja dita, você que passou toda a sua existência dividindo a sua cama de solteiro com seu edredom surrado e seu travesseiro amarelo. Sofre de egoismo contido ao ter que dividir a cama com alguém que você escolheu pra passar o resto dos seus dias (leia-se noites). E noites mal dormidas a parte, convenhamos que ter uma companhia pra dormir é praticamente a oitava maravilha do mundo moderno. Diga-me se estou mentindo? E se eu estiver corrija-me mas prove o contrário.

Um cafuné, um abraço mais apertado e pés que se enroscam em um nó pra marinheiro nenhum botar defeito. Ah, e a conchinha que tanto amamos odiar faz um bem danado - desde que haja um consenso de tempo de permanência, ou alguém acordará com os braços de um T-Rex - Ainda tem as respirações se encontrando rebatendo os melhores hálitos. Os apertos involuntários, os lençóis fugindo na madrugada para o canto oposto causando um friozinho maroto que se pensarmos bem é ótimo porque depois a recompensa do aperto pra esquentar supera o corpo gelado. E a invasão de espaço é uma delicia "Vai mais pra lá meu amor, por gentileza" o sussurro do pedido quase sempre soa como "Amor vem pra mais perto de mim" e no meio da cama a noite vira eterna.




E o equilíbrio das coisas vem quando, duas pessoas aprendem a ceder. Abrir mão da solitude de um comodo mal preenchido, criando espaço onde não tem. Fazendo laços onde sempre existiram nós.

Aos amores que mesmo quando se vão... Ficam



Hoje o céu acordou choroso e o cinza apenas confirmou a condição das minhas lágrimas.

Eu queria ter feito mais, mas infelizmente há coisas que fogem das nossas mãos quando a gente mais precisa manter o pulso firme. Eu não podia fraquejar.

O caminho é esse e a pedra, sou eu.

Sobre Otimismo e outras maneiras de enxergar o copo

O que determina o tempo que você vai degustar o conteúdo, é o jeito como você enxerga o seu copo. Está meio vazio ou sempre meio cheio?


Desistir...

Num mundo onde se tem fácil acesso a muitas informações, e soluções rápidas pra tudo aquilo que começamos. Desistir  é sempre a melhor opção quando algo tem fortes chances em não dar certo de inicio. Simples. Se você tem um sonho, ou deseja muito algo na vida. Já tentou batalhar pra conseguir e só encontra portas fechadas por onde passa. É mais fácil voltar para a casa de cabeça baixa jogar o sonho em cima do guarda roupa e deixar ele ali pegando poeira. Tudo isso enquanto você olha no espelho - esquece de passar um pente no cabelo - e repete horrorosamente que não é capaz de nada, que sua mãe (seu cachorro e seu papagaio) tinha razão, que você deveria ter feito igual seu primo ou seu vizinho. E que é melhor você procurar outra coisa pra fazer ao invés de dar murro em ponta de faca.

Maldito copo vazio.


Não deixe que o monstro do pessimismo more embaixo da sua cama, e sussurre no seu ouvido todas as noites... Ele não sabe o que diz e te deixa sem saber o que fazer. E ainda segura seus pés te impedindo de correr atrás das mil formas de encher o seu copo. E de verdade, fechar os olhos em meio a confusão que anda a vida e mentalizar que tá tudo lindo, é bem mais fácil do que revirar os olhos e repudiar até ar a sua volta. Antes um dia que comece mal e melhore, do que uma semana que seja toda péssima por conta de um dia que você não quis que começasse bem.



Good Vibrations faz um milagre ainda inexplicável cientificamente.

Acreditar sempre no lado positivo das coisas não faz de você um simples sonhador que pinta um mundo que não vai habitar. Mas ajuda a encarar os percalços do caminho com menos peso nas costas e mais cabeças erguidas. Enxergar o copo sempre meio cheio é admitir que mesmo em meio a tempestade você está disposto a se permitir molhar e encarar com uma purificação de alma, o que muitos chamariam de infortúnio por ter que secar os pés.

Dá metade pra cima, o otimismo te leva onde você quiser.

E teve vestido de noiva



Nunca escondi meu lado sonhadora, mas eu nunca quis ser uma princesa da Disney com um final feliz, e nunca achei o príncipe encantado interessante. Na verdade tudo aquilo era um saco - um monte de coisa rosa e pozinho brilhante nunca arrancaram minha atenção. Eu não quis ser debutante com vestido bufante desfilando por um salão elegante. Também não pensava no dia que iria me casar. Mas de uma coisa eu tinha plena certeza, teria que ser mágico, e foi...



Não tinha véu, não tinha grinalda... Mas tinha amor - sim, muito amor.

Pela simplicidade das escolhas, coisas e cores. Não tinha o valor de um carro em pedaços de pano. Na verdade de todo coração ele foi ganhado e aceito com mais coração ainda. Tinha o apoio de quem realmente quis apoiar e o olhar brilhante em cada detalhe.

Casei, nem pentear o cabelo precisei. Mas estava Linda, sem pretensão nenhuma. Me senti assim por dentro e talvez tenha refletido por fora.

Foi fora do comum - sim e muito - mas precisava, não fosse não teria nada a ver comigo, nós. Os outros pouco importava.


Coloquei o mundo no mudo. Só tinha o coração batendo e a cabeça rodando.

Teve branco, preto, vermelho e todo um arco-iris a nosso favor.



Agora somos um Sol.

Fotografia: Lays Salles <3

Sobre sentimentos reais, reciprocidade e interesses

- Nossa, eu adoro presentes. Fico muito feliz quando ele aparece cheio de sacolas e me leva para sair em algum lugar que eu nunca teria coragem de pagar para alguém. Já te falei que ele trocou de carro duas vezes esse ano? Está no ultimo ano de Medicina (o que vai trazer um ótimo futuro de dinheiro pra ele). Ah menina e eu já te disse que a mãe dele nada no dinheiro? Não que eu ligue para isso. Mas sabe amiga preciso também pensar no meu futuro né. 


 Começou bem assim um dialogo com uma amiga que tinha acabado um relacionamento ruim, nada saudável e sem futuro, e estava crente que estava apaixonada pelo melhor - bem de vida - amigo.

Juro que tentei ser o mais natural possível, mas a transparência é a minha melhor qualidade - ou pior defeito, hoje em dia eu não sei bem - e eu tenho certeza que a minha sobrancelha se arqueou numa expressão de duvida sobre o interior deste ser, fui dormir com isso martelando na minha cabeça. Enquanto ela tagarelava sem parar as qualidade do moço, eu me questionava sobre sentimentos. O que realmente leva uma pessoa a se apaixonar, permanecer apaixonada e chegar a amar. Cheguei a refletir na minha própria vida, e nas coisas simples que rondavam ela, sem nem precisar levar para o lado do relacionamento, nunca fui financeiramente bem afortunada, raramente tinha de imediato o que queria e aprendi que não precisava de muito pra ficar bem - me desculpa - mas associei com a vida dessa amiga, que passou toda uma vida sendo o paparico em forma de criança, tinha tudo o que todas as meninas sonhavam em ter.

E pode ser que essa seja a causa da empolgação pelos bens materiais do moço. Coitado.

Ela está encantada. E me procurou para que eu pudesse tentar achar uma solução. Uma resposta. Um caminho. A dúvida era se ela embarcava no relacionamento, ou deixava pra lá. Já que ele sempre foi o melhor amigo dela. Eu não consegui nada além de ficar surpresa e confusa. Enfim compreendendo porque nunca escolhi ser psicologa.

O grande ápice disso tudo é que o tempo inteiro em que permanecemos conversando - ela falando e eu monossilabicamente participando - o quadro de comparações entre o rapaz em que o relacionamento não deu certo e o príncipe que estava surgindo era de dar medo. Assustar mesmo.


Aparentemente parecia algo normal, se o contexto não fosse tão profundo. O relacionamento tinha chegado ao fim por questões trágicas. Ela admitiu ser extremamente controladora, exigente e ciumenta ao passo que ele passou a ser obcecado por ela, viviam entre tapas e beijos no pior sentido da canção brega. Ela implicava com o fato do rapaz não ter perspectiva de vida nenhuma, viver encostado a estabilidade que o negócio da família trazia. E não estar disposto a proporcionar passeios e presentes caros todos os meses para ela. Enquanto o príncipe em formação, era o poço de carinho (tinha carro carinho, podia dar tudo carinho... ha ha) tinha um futuro brilhante pela frente, afinal ia ser médico oras. A família tinha um poder aquisitivo em potencial. E ao que todos os sinais - invisíveis - indicavam também estava louco por ela.

Fiquei pensando, pensando... queimando neurônios tentando chegar a algo palpável. E nada.

Pra mim quando você está apaixonado por alguém, ou pretende se apaixonar. A química, a magia, o borógódó da coisa toda, fica piscando no lado prioridade. E logo você começa a imaginar a construção do futuro em conjunto, preservando a individualidade de cada um, mas andando na mesma direção. Se um cair o outro vai estar ali pra rir e te ajudar a levantar ao mesmo tempo. Mas isso pra mim.

Ou seja, me senti uma admiradora de castelinhos no final da conversa toda.

Afinal pra ela o que impera é a lei da compensação. Dane-se o mundo. Quero viver confortável, não interessa se eu to amando ou não. Talvez exista uma capsula de sentimento na fármacia e eu não sei...
O que eu sei é que no fim das contas torço para que tudo dê certo, independente das escolhas, dos bens materiais e do passado que sopra sem dó. Que a sinceridade se implante no dia a dia para que a realidade dos sentimentos substitua o interesse das coisas. E que ela seja feliz. Já que cada um é responsável por tudo que deseja ser e ter na vida.
Layout por Maryana Sales - Tecnologia Blogger